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Sem remuneração, Abel é apresentado no Inter, rechaça rebaixamento e não descarta outro cargo no clube em 2026

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Pouco mais de 24 horas após ser anunciado, Abel Braga foi oficialmente apresentado pelo Internacional, neste domingo (30). E mostrou confiança na permanência do Colorado na Série A após o dois jogos que terá à frente do clube.

Antes de o treinador começar a falar em coletiva, Alessandro Barcellos, presidente do Inter, revelou os bastidores da contratação e disse que Abel não terá remuneração no clube – e por um pedido feito por ele próprio.

“Esse primeiro contato virou um contato definitivo e, em pouco tempo, respondeu ao clube positivamente que aceitava esse desafio tão importante para nós em um momento tão difícil que a gente está passando. É importante destacar que por decisão do Abel ele pediu para vir num momento desses tão difícil com contrato sem remuneração. Essa foi uma decisão e um pedido do Abel”, disse o mandatário.

“Esse gesto faz com que a gente, nessas duas próximas rodadas, e começou hoje com sua chegada, conversa no CT, conversa com a torcida, acaba energizando a todos e a gente vai, pode ter certeza, Abel, fazer de tudo para te dar todas as condições que você juntamente com nosso grupo de atletas possa nos tirar desse momento tão difícil.”

Logo em seguida, Abel também fez um pronunciamento e explicou o que o motivou a tomar a decisão de largar a aposentadoria – oficializada ainda em 2022 – para assumir o Inter mais uma vez na carreira. E lembrou das suas últimas passagens pelo Beira-Rio.

“A gente tem sempre que tomar decisões, e muitos de vocês de repente não saibam que lá atrás (2016) tive que tomar uma decisão que não é a que eu tinha que tomar, mas eu agi com a razão, mas ficou uma marca no coração até hoje. Foi quando houve a troca de treinador (no ano do rebaixamento do Inter) e me chamaram para pegar o Inter naquele momento. Eu tinha plena convicção de que iria, e estava muito recente ainda tudo que eu conquistei com esse clube, e eu disse não. E o Inter caiu”, disse.

“Eu espero poder apagar essa coisa que me incomoda aqui um pouquinho. Eu não tive culpa de nada, não vindo não tive culpa de nada, mas… por que eu vim agora? Porque eu acredito naquilo que tenho visto, falei para os jogadores ‘vocês devem estar pensando que eu sou maluco’. Vocês sabem por que eu vim? Porque eu acredito. Uma equipe que faz o primeiro tempo como vocês fizeram contra o Santos não pode estar vivendo uma situação dessa, então ou vocês melhoram o anímico, o astral, a confiança, recuperam isso tudo em pouquíssimas horas para trazer aquilo que nós somos realmente, ou é impossível. Foi muito legal o que aconteceu hoje. Tenho muita convicção que não vai cair, mas o que foi muito legal foi que em momento nenhum eu mostrei vídeo, quadro negro, nada. Assimilação dos atletas àquilo que foi pedido me encantou. O termo é esse: me encantou. A gente está querendo que chegue logo o jogo, dá uma certa ansiedade para isso logo”, prosseguiu.

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Sobre o trabalho que precisará fazer internamente para tirar o Inter da desconfortável situação, Abel negou que tenha visto o elenco “rachado” de alguma forma e explicou o que vai fazer para ter sucesso nos dois jogos à frente dos gaúchos.

“Eu não escutei de ninguém que o vestiário está rachado. Se eu chego aqui e vejo que o vestiário está rachado a dificuldade seria muito maior, mas o que eu senti aqui foi justamente o contrário, uma assimilação muito legal, jogadores sorrindo, um ou outro muito sério no momento da minha apresentação. Eu falei, pô, você está muito sério, fulano, sorri um pouquinho, você está preocupado com alguma coisa? O Richard (volante) por exemplo, jogou comigo no Fluminense, estava na última falei, eu perguntei: ‘está aí por quê? está com medo de mim? Tem uma cadeira aqui na primeira fileira, vem pra cá, cara.’ O negócio correu muito bem, uma descontração muito grande, foi muito bom”, disse.

“A única coisa que não precisa agora é a parte física, porque eles não vão adquirir. Agora, a tática cada um tem sua maneira, seu jeito, o que eu quero, comecei a mostrar hoje. E claro, a parte mental nem eles conseguem entender muito bem, essa situação escalou muito. Eles sabem que deixaram passar muito tempo e chegar numa situação quase que irreversível, mas acreditamos e vamos lutar até o final.”

“O Inter vai entrar em campo como Inter. Vai marcar alto, pressionar, jogar no ataque, mas não vamos jogar o tempo todo com a bola. Não adianta eu entrar pelo momento extremamente ofensivo. Eu estar um pouco mais resguardado não quer dizer que não vou atacar, que não quero ganhar. O que eu quero é ter mais opções para mudar se a coisa não estiver dentro do esperado

Por último, projetando já a próxima temporada, Abel não descartou a possibilidade de permanecer no Inter, porém, em outro cargo em 2026.

“É possível. Aqui tem um cara que a gente gostaria de trabalhar junto. Quem sabe… Vou ser muito sincero, a minha preocupação são esses poucos dias, mas eu penso que daria jogo, sabia? Se eu tivesse que ficar fora de campo aí com o D’Alessandro… Mas é isso aí. O que vai acontecer na frente no futebol é impossível. No futebol é assim.”

A estreia de Abel no Colorado será na quarta-feira (3), na Vila Belmiro, quando o Inter visita o São Paulo pela 37ª rodada do Brasileiro. Neste momento, os gaúchos abrem o Z4 com 41 pontos, mesma pontuação do Santos, que tem melhor saldo de gols.

Próximos jogos do Internacional:

Caio Rocha

Sou Caio Rocha, redator especializado em Tecnologia da Informação, com formação em Ciência da Computação. Escrevo sobre inovação, segurança digital, software e tendências do setor. Minha missão é traduzir o universo tech em uma linguagem acessível, ajudando pessoas e empresas a entenderem e aproveitarem o poder da tecnologia no dia a dia.

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