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Como a briga contra o rebaixamento mexe com as transmissões do Brasileirão em 2026

Como a briga contra o rebaixamento mexe com as transmissões do Brasileirão em 2026

A batalha contra as duas últimas vagas de rebaixamento para a Série B do Brasileirão de 2026 será o grande atrativo da última rodada da Série A no próximo domingo (7), mas também um tema de atenção na mídia esportiva para os detentores de direitos de transmissão. 

Com a divisão dos direitos desde o campeonato atual entre dois blocos, Libra e LFU (Liga Forte União), que explicamos neste texto, o número de jogos que cada um deles possui no Brasileirão depende diretamente da quantidade de clubes disputando a Série A. E isso impacta como cada detentor poderá lidar com o cardápio de partidas no ano que vem.

Em 2025, a Libra tem nove representantes: Flamengo, Palmeiras, Bahia, São Paulo, Red Bull Bragantino, Grêmio, Atlético-MG, Santos e Vitória. A LFU conta com os outros 11: Cruzeiro, Mirassol, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Vasco, Ceará, Fortaleza, Internacional, Juventude e Sport. 

Os direitos da Libra são todos da Globo, não importa a plataforma. Mas os da Liga Forte são divididos. Record e YouTube/CazéTV possuem um jogo por rodada, o mesmo. A Amazon tem outro jogo, mas exclusivo. A Globo possui o pacote maior da LFU também, só não podendo exibir o jogo da Amazon em qualquer plataforma, e nem o da Record em TV aberta ou no sportv. 

Com nove times na Série A, a Libra tem todos os 19 jogos de cada um deles como mandantes, ou seja, 171 partidas são totalmente da Globo e distribuídas como ela quiser. A LFU, com 11 times, tem 209 jogos. Desses, 38 são da Record/YouTube, 38 são da Amazon, e 171 são da Globo (contando os 38 que também estão na Record). 

Inter perde por 3 a 0 e fica muito perto do rebaixamento (Foto: IconSport)

Explicado este ponto, vamos ao que está em jogo no domingo: a Série B já foi concluída e teve o acesso de três times da LFU (Coritiba, Athletico e Chapecoense), e um da Libra (Remo) para 2026. Na Série A, dois times da Liga Forte já caíram (Sport e Juventude). 

Lutam contra o rebaixamento na última rodada: Internacional (LFU), Vitória (Libra), Fortaleza (LFU), Ceará (LFU) e Santos (Libra). O Atlético-MG, da Libra, tem um risco muito pequeno por causa da diferença de 12 gols de saldo para o Vitória e a necessidade de três outros times o ultrapassarem além da equipe baiana.

Como a Libra pode aumentar o número de representantes no Brasileirão? 

Com o acesso do Remo, a Libra aumenta para 10 o seu número de times na Série A em 2026 se nem Vitória e nem Santos caírem. Precisam ser rebaixados dois clubes da LFU entre Internacional, Fortaleza e Ceará. 

Se isso acontecer, a Libra sobe de 171 para 190 partidas o seu pacote da Série A de 2026. Na prática, são 19 jogos deste ano que saem do rodízio de escolhas entre Record/YouTube-Amazon-Globo e entram diretamente nas mãos da Globo. Ficaria cada bloco com metade do campeonato, 190 a 190. 10 x 10 em clubes.

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Como a LFU pode aumentar o número de representantes na Série A? 

Com os rebaixamentos já garantidos de dois de seus times, Sport e Juventude, e com o acesso do Remo, que é da Libra, a LFU se vê em um cenário complicado para aumentar o número de participantes na elite no ano que vem

Isso só vai acontecer se Vitória e Santos caírem juntos. Neste caso, a LFU ficaria com 12 representantes na elite e veria seu pacote de jogos subir para 228 jogos: 19 jogos a mais para distribuir entre os detentores e melhorar a variedade de escolhas deles em 2026.

Como pode ficar tudo do jeito que foi em 2025? 

Basta cair um time de cada bloco, exatamente como a última rodada vai começar, com Vitória e Internacional na zona do rebaixamento. Neste caso, cairiam três clubes da LFU e um da Libra, exatamente a composição do G-4 da Série B. 

O presidente da CBF, Samir Xaud
O presidente da CBF, Samir Xaud. Foto: Staff Images / CBF

E do ponto de vista financeiro? 

A LFU ganha menos dinheiro da Globo a cada ano se perder um representante, e mais se ganhar um representante. O acordo base é de R$ 850 milhões por temporada com 12 times. Como esse ano foram 11, o desconto já foi de R$ 100 milhões. 

Se o bloco perder mais um representante (cenário de 10 a 10), sofrerá novo corte desse valor. Se ganhar (cenário de 12 a 8), volta ao patamar de 850 mi. Os contratos de Record, YouTube e Amazon não sofrem alterações. 

No caso da Libra, que já perdeu o Corinthians para a LFU após a assinatura do contrato com a Globo, o objetivo é sempre honrar o mínimo de nove clubes na Série A para manter o patamar fixo na casa de R$ 1,1 bilhão (fora o adicional de participação no PPV) por ano. 

Resumindo:

– Não vai mudar nada no que se refere à estrutura principal: a Record e o YouTube seguirão tendo um jogo por rodada, que o Premiere também mostra, a Amazon terá seu jogo exclusivo em todas as rodadas, e a Globo continuará tendo 90% do campeonato no Premiere, além de exibir como quiser os jogos da Libra e a maioria dos jogos da LFU.

– Podem mudar as condições de escolhas de cada bloco. Cada jogo a mais na Libra é um jogo que a Globo não precisará se preocupar com a chance de ir parar no Prime Video ou na tela da Record. E cada jogo a mais na LFU é uma chance a mais de escolha para essas duas empresas, aumentando o leque e a qualidade do rodízio de emissoras.

A Record, por exemplo, teve que escolher um Sport x Mirassol neste ano porque não tinha mais opções após gastar as cotas de jogos do Flamengo e do Santos existentes no contrato da Liga Forte. Se tivesse mais jogos do bloco naquela rodada, a partida selecionada poderia ter sido outra.

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Caio Rocha

Sou Caio Rocha, redator especializado em Tecnologia da Informação, com formação em Ciência da Computação. Escrevo sobre inovação, segurança digital, software e tendências do setor. Minha missão é traduzir o universo tech em uma linguagem acessível, ajudando pessoas e empresas a entenderem e aproveitarem o poder da tecnologia no dia a dia.

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