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Chuva forte? Onda de calor? Tornado? Veja as previsões do tempo para 2026 com La Niña e El Niño

Chuva forte? Onda de calor? Tornado? Veja as previsões do tempo para 2026 com La Niña e El Niño

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Veja mais detalhes da previsão com Maria Clara Sassaki, porta-voz da Tempo Ok. Crédito: Tempo OK

O novo ano começará sob a influência de La Niña (fenômeno que promove o resfriamento das águas do Oceano Pacífico), mas o primeiro trimestre ainda será marcado pela neutralidade climática. A possibilidade da entrada do El Niño no segundo semestre pode trazer tempestades fortes ao Sul do País.

Meteorologistas dizem que eventos climáticos extremos como os que marcaram 2025 só podem ser previstos com muito pouca antecedência. Mas eles afirmam que, diante dos últimos registros, a probabilidade de que voltem a ocorrer é grande.

Mesmo com intensidade limitada, o La Niña ainda pode interferir no regime de chuvas. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estima em cerca de 55% de chance de que o fenômeno influencie o clima global entre dezembro de 2025 e fevereiro do ano que vem.

O verão terá chuvas acima da média na Amazônia, o que descarta eventos de seca como os registrados nos últimos anos. Entretanto, a previsão é de chuvas abaixo da média para o Nordeste.

“Durante o verão teremos chuvas abaixo da média no Nordeste e acima da média para a região da Amazônia, principalmente a oeste”, afirmou o meteorologista Luiz Felippe Gozzo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “No Centro-Oeste e no Sudeste as chuvas devem ficar dentro da média. Teremos chuvas de verão, obviamente, todo ano temos, mas elas devem ficar dentro da média.”

A expectativa pluviométrica para São Paulo preocupa diante do baixo nível dos reservatórios, como o Sistema Cantareira, nos últimos meses. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que obras estruturais não resolvem o problema em curto prazo e pediu para a população que economize água.

O meteorologista Marcelo Seluchi concorda com o colega. “A temperatura das águas do Oceano Atlântico ao norte do Equador está mais quente do que o normal, o que indica mais evaporação e mais chuva no Hemisfério Norte”, afirma.

“É uma notícia ruim para o Nordeste do Brasil. A temperatura mais alta no Atlântico Norte é característica dos anos de seca no Nordeste”, diz Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal.

A partir do fim do verão, em março, com a transição para condições neutras — quando não há nem La Niña nem El Niño —, as previsões sazonais ficam mais incertas. A neutralidade reduz a influência dominante do Pacífico sobre a circulação atmosférica global e amplia a variabilidade regional, fazendo com que frentes frias, áreas de baixa pressão e massas de ar tenham peso maior na definição do tempo ao longo do ano.

“Em anos neutros, não existe padrão dominante comandando a circulação atmosférica”, afirma o meteorologista do Climatempo Cesar Soares. “Por isso, o comportamento do tempo passa a depender muito mais do que acontece em escala regional.”

Embora os avanços da meteorologia permitam identificar algumas tendências de médio e longo prazo, antecipar como será o tempo com um ano de antecedência segue sendo um desafio. A atmosfera responde de forma sensível a pequenas variações de temperatura, umidade e pressão, o que limita a capacidade dos modelos de longo prazo de indicar com precisão o regime de chuvas, ondas de calor ou períodos de frio, como explica o meteorologista da Tempo Ok Márcio Bueno.

“Pequenas mudanças hoje podem gerar cenários completamente diferentes meses à frente, o que torna inviável prever com exatidão quantos eventos extremos vão ocorrer ou quando eles acontecerão”, acrescenta Bueno.

Análises recentes da Escola Climática da Universidade de Columbia (EUA) apontam que há a possibilidade de aquecimento do Pacífico e eventual configuração de um El Niño na segunda metade de 2026, mas a probabilidade desse cenário não supera 50% e ainda é considerada uma tendência distante.

“Ainda é prematuro para afirmar com certeza, mas temos certa probabilidade de termos um El Niño no 2º semestre; tudo depende ainda de as temperaturas das águas do Pacífico se normalizarem e depois esquentarem por tempo suficiente para se configurar o fenômeno”, explica Seluchi. “Se tivermos, de fato, um Pacífico mais quente, poderemos voltar a ter chuvas violentas no Sul e mais ondas de calor.”

Os meteorologistas explicam que os eventos extremos que marcaram os últimos anos no Brasil e no mundo, como ondas de calor, tempestades fortes, vendavais, ciclones e tornados, são fenômenos que não podem ser previstos com antecedência. Na verdade, alguns deles, como os tornados, só são previsíveis alguns dias antes de acontecer. Portanto, dizem, não há como saber o que pode acontecer neste sentido no próximo ano.

E, com a aceleração das mudanças climáticas, eventos extremos têm ficado cada vez mais intensos e frequentes. Uma das apostas para se antecipar a isso é a tecnologia – o Brasil comprou neste ano o supercomputador Jaci, que vai revolucionar a previsão do tempo.

“Nos últimos anos, tivemos fenômenos extremos cada vez mais intensos. Ou seja: não tem como acharmos que não voltará a acontecer em 2026″, destaca Seluchi.

Caio Rocha

Sou Caio Rocha, redator especializado em Tecnologia da Informação, com formação em Ciência da Computação. Escrevo sobre inovação, segurança digital, software e tendências do setor. Minha missão é traduzir o universo tech em uma linguagem acessível, ajudando pessoas e empresas a entenderem e aproveitarem o poder da tecnologia no dia a dia.

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