Os mais terríveis vilões humanos de Stephen King

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Stephen King não é conhecido como o mestre do horror a toa, tendo criado inúmeras criaturas aterrorizantes, como Pennywise e o Rei Rubro.

Mas o mais interessante das obras de King é a forma como ele cria antagonistas que são pessoas comuns, visualmente inofensivas, mas que funcionam como bombas-relógio muito mais perigosas do que qualquer entidade sobrenatural pela qual o autor costuma ser lembrado. No vídeo de hoje, reunimos os seus mais terríveis vilões humanos.

Jack Torrance – O Iluminado

Jack Torrance, de O Iluminado, é introduzido como um ex-professor e aspirante a escritor em recuperação do alcoolismo. Ele se muda com a esposa Wendy e o filho Danny para o Hotel Overlook, onde trabalhará durante o inverno. A história literária explora como um homem bom, porém falho, é consumido e manipulado pelas forças do hotel até sua queda — e eventual redenção.

Mas no filme, Jack assume uma faceta muito mais cruel: um homem patologicamente violento, com histórico de múltiplos comportamentos criminosos, incluindo tentativa de eliminar a própria família, agressão, vandalismo, abuso doméstico e perseguição. Armado com um machado, força bruta e absoluta perda de humanidade, Jack se consolida como um dos assassinos mais icônicos da história do cinema.

Isaac Croner – Colheita Maldita

Isaac Croner, de Colheita Maldita, é um jovem sacerdote maligno, líder de um culto de crianças que veneram uma entidade demoníaca conhecida como “Aquele Que Caminha Por Trás da Plantação”. Isaac manipula e doutrina as crianças com fanatismo religioso, organizando o massacre de todos os adultos de Gatlin e transformando a cidade em um território sagrado sob seu domínio.

Malachi Boardman, seu braço direito, atua como executor de suas ordens. Quando dois adultos — Bert e Vicky — entram na cidade, Isaac planeja sacrificá-los. Mas Malachi o trai, e Isaac acaba sendo entregue como oferenda à entidade que tanto cultuava. Interpretado por John Franklin, Isaac marcou o imaginário popular com sua capacidade de manipular e punir, tornando-se um dos fanáticos mais icônicos do universo King.

Annie Wilkes – Misery

Annie Wilkes, de Misery, é uma das antagonistas mais perturbadoras já criadas por King. Ex-enfermeira, completamente desequilibrada, ela é obcecada pelo autor Paul Sheldon, especialmente por sua personagem favorita, Misery Chastain — nome que ela inclusive dá ao próprio porco de estimação.

No livro e no filme, Annie mantém Sheldon preso após um acidente, forçando-o a escrever um novo volume que ressuscite a personagem. Sua ficha é extensa: eliminou o pai, a colega de quarto, diversos pacientes e até recém-nascidos. Ela é classificada como um “catálogo ambulante” de distúrbios mentais, incluindo bipolaridade, transtorno esquizotípico e comportamento obsessivo-compulsivo.

Margaret White – Carrie

Margaret White, de Carrie: A Estranha, é uma mulher profundamente perturbada, dominada por uma religiosidade extremista e pela crença de que tudo relacionado ao corpo e ao desejo é pecaminoso. Ela nunca ensinou Carrie sobre menstruação e, quando a filha tem a primeira experiência no chuveiro da escola, Margaret a prende em um quarto de oração, obrigando-a a “pedir perdão pelo pecado”.

Ao descobrir os poderes telecinéticos da filha, Margaret passa a chamá-la de bruxa. Após o baile, quando Carrie retorna para casa após a tragédia, Margaret revela que a concepção da filha veio de um abuso. Em seguida, apunhala a própria filha, e Carrie reage usando seus poderes para crucificá-la na parede com facas da cozinha. Enquanto agoniza, Margaret mantém um sorriso perturbador no rosto.

Samuel Norton – Um Sonho de Liberdade

Samuel Norton, de Um Sonho de Liberdade, é o corrupto diretor da Penitenciária de Shawshank. Um homem cruel, manipulador e absolutamente sem redenção, envolvido em extorsão, lavagem de dinheiro, suborno, evasão fiscal, desvio de verba e até eliminação de testemunhas.

Entre suas vítimas está Tommy, cuja morte é orquestrada para impedir que Andy Dufresne prove sua inocência. Norton reina sobre a prisão, mas quando sua rede de crimes é finalmente exposta, ele não suporta a ideia de enfrentar a justiça — e tira a própria vida. Ainda assim, sua frieza, estratégia, e capacidade de abuso institucional o tornam um dos antagonistas mais temidos e implacáveis de King.

Rose Cartola – Doutor Sono

Rose Cartola, de Doutor Sono, líder do culto Verdadeiro Nó, é uma vilã sensual, inteligente e profundamente manipuladora. Diferente de Jack Torrance, os monstros que a habitam são de outra natureza: Rose pertence a um grupo que se alimenta do “vapor” liberado pelas crianças iluminadas — uma forma de energia vital extraída com extrema crueldade.

Entre suas habilidades estão telepatia, projeção astral e rastreamento psíquico. Sua obsessão por Abra Stone leva Rose a planejar manter a garota viva apenas para “ordenhá-la” continuamente, transformando-a em fonte permanente de vapor. Vilã complexa, perigosa e carismática, Rose é um destaque moderno entre os antagonistas humanos do universo King.

Henry Bowers – It: A Coisa

Henry Bowers, de It: A Coisa, é um dos personagens mais brutais do multiverso Stephen King. Líder de uma gangue de adolescentes, profundamente traumatizado pela infância violenta e pela influência do pai, Henry cresce como um bully racista, cruel e obcecado em espalhar dor. Desde tentar marcar seu nome na barriga de Ben Hanscom até perseguir Mike Hanlon por puro ódio, sua escalada de violência culmina no encontro com Pennywise, que o transforma em seu instrumento humano.

Depois de cair nos esgotos, Henry sobrevive, mas acaba preso por homicídio. Pennywise o liberta para continuar sua missão destrutiva, mas Henry é derrotado em sua tentativa de retomar o terror. Ainda assim, seu impacto como um vilão humano é gigantesco — sobretudo no livro, onde desempenha papel muito mais extenso e trágico.

Sra. Carmody – O Nevoeiro

Sra. Carmody, de O Nevoeiro, é dona de um antiquário e uma fanática religiosa que se torna líder de um culto improvisado quando um nevoeiro sobrenatural envolve a cidade. Presa em um supermercado com outros moradores, ela convence um grupo crescente de pessoas de que é uma profetisa escolhida por Deus.

Sua paranoia e fanatismo chegam ao ápice quando ela ordena que entreguem o soldado Wayne Jessup como sacrifício às criaturas do nevoeiro. Sua tirania só termina quando Ollie Weeks, o gerente assistente, a elimina — um choque que devolve a lucidez ao grupo.

Percy Wetmore – À Espera de um Milagre

Percy Wetmore, de À Espera de um Milagre, é um guarda penitenciário sádico, covarde e protegido por nepotismo — sua tia é esposa do governador. Ele abusa de sua autoridade constantemente, torturando presos, esmagando o rato de estimação de Delacroix, quebrando dedos e manipulando execuções.

Percy sabota a execução de Delacroix intencionalmente, causando um sofrimento indescritível ao prisioneiro enquanto o homem queima na cadeira elétrica. Mesmo abalado com o horror que causou, Percy continua sendo uma presença tóxica, calculista e violenta, responsável por inúmeros abusos dentro da prisão.

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