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Pênaltis à vista? Palmeiras e Flamengo têm goleiros em momentos opostos nos clubes

Pênaltis à vista? Palmeiras e Flamengo têm goleiros em momentos opostos nos clubes

Vale a pena? Palmeirenses contam quanto gastaram para ir a Lima ver a final da Libertadores

Palmeiras e Flamengo se reencontram quatro anos depois em nova decisão continental. Crédito: Ricardo Magatti | TV Estadão

Ao imaginar o Palmeiras na final da Copa Libertadores, o torcedor certamente visualizou o experiente Weverton na meta alviverde, mas quis o destino que os percalços da temporada tirassem o experiente goleiro de ação por causa de uma fissura em um osso da mão direita. Carlos Miguel assumiu a condição de titular e ganhou a confiança dos palmeirenses, mas chega para a decisão em Lima, no Peru, ainda muito distante do status do argentino Agustín Rossi, um dos pilares do Flamengo comandado por Filipe Luís e decisivo em cobranças de pênalti.

Carlos Miguel foi contratado pelo Palmeiras em agosto deste ano e assinou contrato até 2030. O clube paulista pagou 5,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 35 milhões) para tirá-lo do Nottingham Forest, da Inglaterra, onde não estava tendo sequência. Com 2,04 metros de altura, o goleiro de 27 anos faz parte de um projeto de renovação na meta alviverde. Weverton, com 37 anos, tem vínculo até o fim de 2026, e Marcelo Lomba, 38, até dezembro.

Natural do Rio de Janeiro, Carlos Miguel chegou a passar pela base do Flamengo, mas foi revelado pelo Internacional e chegou ao Corinthians em 2021, inicialmente para ser reserva. Em maio de 2024, com a saída do ídolo Cássio, ele teve a oportunidade de finalmente ser o titular da posição, mas deixou o time alvinegro três meses depois, em agosto, para jogar na Premier League pelo Nottingham Forest.

O arqueiro alega que não foi procurado para renovar e, assim, o clube inglês aproveitou a queda no valor da multa rescisória, ocasionada pela proximidade do fim de contrato, para pagar apenas 4 milhões de euros (R$ 23,6 milhões) e contratar o atleta. A negociação causou mal estar no Parque São Jorge.

A ida para a Inglaterra acabou não sendo positiva para Carlos Miguel, que disputou apenas três jogos com a camisa do Forest, sendo um em 2024 e outros dois neste ano. O início no Palmeiras também não foi fácil e ele acabou levando seis gols em dois jogos. O goleiro estreou em outubro, na derrota por 3 a 2 para o Flamengo, no Maracanã. No jogo seguinte, o time do técnico Abel Ferreira levou 3 a 0 da LDU, no Equador.

De lá para cá, Carlos Miguel foi vazado apenas duas vezes, chegando a acumular quatro jogos sem sofrer gols. Um dos seus melhores momentos foi a vitória por 2 a 0 contra o Juventude, em Caxias, quando fez dez defesas e ganhou de vez a confiança do torcedor em momento de busca por afirmação.

“Futebol é isso, temos que estar preparados. Infelizmente, Weverton teve um problema na mão. Não queríamos, mas o Palmeiras é um clube recheado de grandes jogadores. Hoje a opção é por Carlos Miguel. Tem a oportunidade de fazer o que tanto gosta que é jogar e competir, algo que ele queria quando chegou. Está preparado para jogar”, disse Abel, logo após a estrei do arqueiro.

Rossi: peça-chave e decisivo na campanha do Flamengo

Diferentemente de Carlos Miguel, o argentino Agustín Rossi chega na final da Libertadores com status de intocável na meta rubro-negra. O goleiro de 30 anos é um dos destaques do Flamengo na temporada e um dos principais nomes do time carioca na campanha no torneio continental.

Rossi fez defesas importantes na semifinal contra o Racing, tanto no jogo no Maracanã, onde o Flamengo venceu por 1 a 0, quanto em Avellaneda, quando a equipe segurou um empate sem gols com um jogador a menos. Nas quartas, o goleiro chegou a falhar no gol que deu a vitória por 1 a 0 para o Estudiantes, em La Plata, mas se redimiu nos pênaltis e defendeu duas cobranças. Ainda na primeira fase, salvou um gol do Deportivo Táchira, em lance que colocou os cariocas no mata-mata.

Rossi tem números expressivos em 2025. Em 63 partidas, ficou 33 jogos sem ser vazado — 17 somente no Campeonato Carioca. Com 39 gols sofridos na temporada, o arqueiro tem uma média menor do que um gol por jogo, demonstrando solidez debaixo das traves. Ele também acumula seis pênaltis defendidos no ano, o que enche os flamenguistas de confiança caso a partida vá para a decisão na marca da cal.

“Todo mundo sabe da qualidade do Rossi. E não tenho nenhuma dúvida que ele pensa em conquistar o título e não ganhar o melhor jogador do torneio. É um jogador muito ambicioso, gosta de trabalhar, treinar, melhorar, evoluir e aprender. Está num grande momento e esperamos que ele siga assim”, disse o técnico Filipe após a classificação diante do Racing.

Rossi foi revelado pelo modesto Chacarita Juniors e passou por Estudiantes e Defensa y Justicia até chegar ao Boca Juniors, clube pelo qual alternou alternou entre altos e baixos. Ele jogou a primeira partida da final da Libertadores de 2018, no empate por 2 a 2 com o River Plate, que venceu por 3 a 1 na volta, em Madri, mas o goleiro acompanhou a derrota do banco de reservas.

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Em 2019, o arqueiro foi emprestado para o Antofogasta, do Chile, e em 2020, para o Lanús, da própria Argentina. Depois de 18 meses, ele retornou ao Boca e ganhou sequência como titular, acumulando ótimas atuações e ajudando o time a conquistar a Copa da Liga Argentina e o Campeonato Argentino. Foi aí que Rossi despertou o interesse do Flamengo, que buscou contato com o presidente Juan Román Riquelme para negociar a compra do atleta.

As negativas do dirigente forçaram o clube carioca a assinar um pré-contrato, mas uma saída imediata foi negada e o jogador foi emprestado para o Al-Nassr, time de Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita, antes de encerrar o contrato com o Boca. Em junho de 2023, ele finalmente chega ao Flamengo e alterna a posição com Santos. No ano seguinte, o técnico Tite também promove um rodízio na meta com o prata da casa Matheus Cunha, mas a história muda quando Filipe Luís assume o comando e promove o goleiro de vez ao posto de titular.

Em pouco mais de dois anos no Flamengo, Rossi acumula quatro títulos: Campeonato Carioca (2024 e 2025); Copa do Brasil (2024, vice em 2023) e Supercopa Rei (2025).

Caio Rocha

Sou Caio Rocha, redator especializado em Tecnologia da Informação, com formação em Ciência da Computação. Escrevo sobre inovação, segurança digital, software e tendências do setor. Minha missão é traduzir o universo tech em uma linguagem acessível, ajudando pessoas e empresas a entenderem e aproveitarem o poder da tecnologia no dia a dia.

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