×

Rei Rubro: Conheça o vilão supremo de Stephen King

Rei Rubro: Conheça o vilão supremo de Stephen King

Estimated reading time: 8 minutos

Dentro do universo de Stephen King, existe uma figura que se destaca como a maior ameaça de todas. Seu vilão supremo, que não quer simplesmente dominar o mundo. Ele quer destruir a base da realidade, apagar o multiverso e mergulhar tudo no caos. Esse é o Rei Rubro.

Conhecido como o maior inimigo da Torre Negra, esse vilão atravessa livros, planos de existência e até o tempo. Hoje, a gente vai entender quem é o Rei Rubro, de onde ele veio, quais são seus objetivos e como ele se conecta com outros personagens e histórias do Kingverso.

Ancestralidade

Roland Deschain e o Rei Rubro possuem a mesma linhagem

O Rei Rubro não é apenas uma força do mal: ele é fruto de uma linhagem ancestral profundamente entrelaçada com a mitologia da Torre Negra. Sua origem remonta a uma união entre Arthur Eld — o lendário fundador da linhagem dos pistoleiros — e a misteriosa e caótica Rainha Rubra, uma entidade primordial do Prim, o vazio que existia antes da criação. Essa combinação de sangue humano e essência demoníaca fez do Rei Rubro uma criatura híbrida, poderosa e instável, nascida do entrelaçamento entre ordem e destruição.

Essa ancestralidade o torna parente distante de Roland Deschain, protagonista da saga A Torre Negra, o que adiciona uma camada simbólica ao conflito entre os dois: é a própria linhagem de Arthur Eld em guerra consigo mesma. O Rei Rubro, por essa herança distorcida, carrega o poder das grandes casas, mas também a maldição da corrupção original. Ele representa o que poderia ter sido Roland — se tivesse sucumbido à loucura e à ambição.

Rivalidade com Gan

No coração do multiverso de Stephen King, duas forças maiores moldam e sustentam toda a realidade: Gan, a entidade criadora e mantenedora da Torre Negra, e o Rei Rubro, seu oposto metafísico. Enquanto Gan representa a ordem, o ciclo, a continuidade da criação através da Torre e dos Feixes que a sustentam, o Rei Rubro é a antítese dessa estrutura: ele deseja colapsá-la por completo. Não por simples desejo de poder, mas por uma profunda aversão à estabilidade e ao ciclo do ka (o destino).

Gan, o criador do Multiverso

Gan age através de seus agentes — como Roland, Patrick Danville e outras peças no tabuleiro da existência. Já o Rei Rubro tenta minar a criação por dentro, corroendo as bases da Torre, destruindo os Feixes e corrompendo os mundos. Seu plano envolve libertar a Discordia, uma força selvagem que precede até mesmo Gan, capaz de devorar tudo em um redemoinho de entropia. É uma guerra silenciosa, onde a criação e o colapso se enfrentam.

Com o passar do tempo, essa obsessão o consome por completo. O Rei Rubro destrói sua própria corte, mutila seu corpo físico, enlouquece. Em sua forma final, ele se torna algo próximo de um morto-vivo cósmico — com olhos rubros flamejantes, presas, e aparência mutável, oscilando entre homem, monstro, aranha e espectro.

O objetivo do Rei Rubro é destruir a Torre Negra

Mesmo assim, ele segue operando entre mundos, recrutando agentes, arquitetando massacres e manipulando o destino. Ele está convencido de que a queda da Torre trará liberdade — quando, na verdade, significaria o fim de todas as coisas.

Seus servos

A influência do Rei Rubro se estende por diversas camadas da realidade — e, com ela, seus servos. O mais emblemático é Randall Flagg, também conhecido como Marten Broadcloak e Walter o’Dim. Flagg é uma figura recorrente no universo de King, agindo como feiticeiro, manipulador e agente do caos. Embora inicialmente não soubesse servir ao Rei Rubro, suas visões e ambições o colocam gradualmente sob a influência do monarca cósmico. Flagg é uma ponte entre o vilão e os mundos humanos, um executor de seus desígnios.

Randall Flagg, o Homem de Preto

Outros servos incluem Atropos, um ser sinistro que atua como ceifador do destino em Insônia, além dos temíveis Homens-Baixos, criaturas disfarçadas que operam nas sombras do nosso mundo, e os Taheen, híbridos entre homem e besta, utilizados como soldados interdimensionais.

Mas talvez os mais trágicos entre seus servos sejam os Breakers — crianças e jovens com habilidades psíquicas, sequestrados para alimentar a destruição dos Feixes da Torre. Esses Breakers são mantidos cativos na Big Combination, uma usina construída para canalizar sua energia e acelerar o colapso da realidade.

Aparições em outros livros

Embora seu papel mais direto ocorra em A Torre Negra, o Rei Rubro aparece ou é mencionado em diversas outras obras do Kingverso, expandindo sua presença como uma força abrangente e universal. Sua primeira aparição oficial acontece em Insônia (1994), onde ele atua como o arquiteto de uma tentativa de atentado contra Susan Day, além de tentar eliminar Patrick Danville, uma criança profetizada como crucial para o equilíbrio do multiverso. É nesse livro que sua ligação com a Torre começa a se revelar.

O Rei Rubro marca presença em outros livros de Stephen King

Em A Casa Negra (2001), sequência de O Talismã, o Rei Rubro ressurge como o mentor por trás do sequestro de crianças especiais, usadas como Breakers para minar os Feixes. O plano quase é bem-sucedido, mas é frustrado por Jack Sawyer e o próprio Tyler Marshall, um dos jovens mais poderosos.

Em muitas dessas aparições, ele age pelas sombras, como uma força que corrompe estruturas, manipula cultos e distorce a realidade. Sua presença raramente é direta, mas sempre sentida.

Inspirações de King

Stephen King sempre foi transparente ao revelar algumas de suas fontes de inspiração para o Rei Rubro. Em uma conversa com George R. R. Martin, ele confirmou que o personagem é, em essência, sua versão de Sauron — o antagonista supremo de O Senhor dos Anéis. Assim como Sauron, o Rei Rubro é uma presença que raramente aparece fisicamente, mas cuja influência permeia toda a narrativa como uma sombra antiga, manipuladora e devastadora.

O símbolo do Rei Rubro é inspirado no Olho de Sauron

Outra inspiração direta vem da banda King Crimson — especificamente a música “In The Court of the Crimson King”, que não apenas influenciou o nome do vilão como também seu tom: grandioso e apocalíptico. O próprio brasão do Rei Rubro — o olho vermelho flamejante — remete tanto ao Olho de Sauron quanto à estética progressiva e psicodélica da arte do álbum da banda.

Além disso, sua ancestralidade e conflito com Roland têm claras raízes na lenda arturiana. Arthur Eld é um espelho do Rei Arthur, e o Rei Rubro se assemelha a Mordred: um filho ilegítimo e amaldiçoado, que se volta contra o pai e busca destruir tudo que ele construiu. A referência se torna ainda maior quando o filho do Rei Rubro se chama Mordred.

Leia também:

Caio Rocha

Sou Caio Rocha, redator especializado em Tecnologia da Informação, com formação em Ciência da Computação. Escrevo sobre inovação, segurança digital, software e tendências do setor. Minha missão é traduzir o universo tech em uma linguagem acessível, ajudando pessoas e empresas a entenderem e aproveitarem o poder da tecnologia no dia a dia.

Publicar comentário

Você pode ter perdido