‘Ter a Zuri mudou meu olhar sobre sentimentos’: Ludmilla conecta maternidade e música em ‘Fragmentos’ | Celebridades
Projeto reúne composições que espelham a trajetória de Ludmilla Lyz Oliveira / Divulgação
Rio – Aos 30 anos, Ludmilla mergulha no R&B, gênero que a acompanha desde os primeiros passos no pop e no funk, no sexto álbum de estúdio, “Fragmentos”, lançado recentemente. Com participações nacionais e internacionais, o disco reúne 15 faixas que combinam referências internacionais com elementos da música brasileira. As composições abordam as vivências e conquistas pessoais da artista.
“Eu amo muito o R&B. No Brasil, o gênero ainda é pouco explorado e músicas como ‘Não Quero Mais’, do meu primeiro álbum, eram chamadas de ‘love songs’. Hoje, depois de estudar bastante e acompanhar artistas internacionais que amo, entendo o gênero profundamente. É algo que sempre fez parte do meu gosto musical e agora quis me lançar de vez nesse universo, mesmo sabendo que vou enfrentar diversos desafios por ser um estilo tímido por aqui”, diz ela.
O R&B, sigla para Rhythm and Blues, é um gênero afro-americano surgido nos Estados Unidos nos anos 1940, marcado pela fusão entre jazz, gospel e blues, e responsável por influenciar movimentos posteriores como o soul e o pop contemporâneo.
O projeto reúne composições que espelham a trajetória de Ludmilla, atravessando afetos, conquistas e transformações pessoais. Segundo a artista, o trabalho expõe duas faces suas: “Mais madura nas escolhas e na compreensão de quem sou, e mais vulnerável porque abro partes de mim que nem sempre mostrei. É um álbum muito honesto e íntimo”, comenta Ludmilla.
O processo de produção envolveu estúdios e profissionais reconhecidos do mercado internacional. Parte das gravações ocorreu no Westlake Studios, em Los Angeles, local onde foram criados álbuns de nomes como Michael Jackson e Beyoncé. A cantora trabalhou com produtores como London on the Track, Los Hendrix, Max Gousse e Poo Bear.
“Tive a oportunidade de trabalhar com compositores e produtores incríveis, muitos deles referências no R&B, que já colaboraram com artistas que eu admiro muito, como o Los Hendrix, que trabalha com a SZA. Cada faixa teve seu desafio, mas o processo foi intenso e muito enriquecedor, e cada música reflete essa dedicação”, afirma.
A capa do álbum apresenta Lud com uma máquina de solda, cercada por troféus. Segundo ela, o símbolo se relaciona ao conceito central do projeto. “A capa reflete o conceito do álbum, que é a junção de diferentes sentimentos e fragmentos que fazem parte de mim, mesmo alguns sendo contraditórios. A máquina de solda representa como consigo me refazer, juntar esses pedaços e seguir em frente mesmo diante de tantos desafios que precisei enfrentar e ainda enfrento para me manter de pé”, explica.
O disco reúne participações de artistas como Luísa Sonza, Victória Monét, Latto, Duquesa, AJULIACOSTA e Muni Long, além de Veigh, único convidado masculino. “Elas são amigas que admiro muito. Todas têm uma maneira incrível de cantar e escrever, e senti que combinariam perfeitamente com as músicas do disco. E tem o Veigh também, o único feat masculino do álbum. Gosto muito de como ele fala de amor, de como ele descreve as situações com detalhes”, comenta.
A cantora menciona duas faixas como destaques pessoais no momento: “Whiskey com Água de Choro” e “Meu Defeito”. “É difícil escolher, porque todas as músicas que deixei no álbum são faixas que realmente amo. Mas, no momento, estou muito viciada nessas duas, e parece que o público também está se conectando bastante”, afirma.
“Ter a Zuri mudou meu olhar sobre sentimentos, responsabilidades e emoções”
Além do lançamento, Ludmilla vive uma fase marcada pela chegada da primeira filha, Zuri, que nasceu em maio, nos Estados Unidos. A cantora e a mulher, Brunna Gonçalves, oficializaram a união em 2019 e anunciaram a gravidez durante um show no ano passado. Questionada sobre a presença da família no novo projeto, ela aponta que a maternidade influenciou parte das composições.
“Com certeza. Ter a Zuri mudou meu olhar sobre sentimentos, responsabilidades e emoções. Alguns fragmentos do álbum refletem esse novo lado de mim como mãe.”
A rotina familiar também motivou mudanças na agenda profissional. “Não é fácil, mas a gente faz dar certo com diálogo, parceria e muito amor. Tenho procurado passar mais tempo em casa. Antes, por exemplo, eu viajava a trabalho e ficava dois ou três dias fora. Agora, tento resolver tudo em um único dia e voltar logo para poder aproveitar cada momento com a Zuri”, diz.
Com o álbum lançado, a cantora planeja os próximos passos, entre eles, um novo formato de show. “Ainda estou planejando isso, mas minha ideia é fazer algo mais intimista. Acho que o álbum pede isso e também quero entregar algo diferente para o meu público que está acostumado a me ver fazendo shows grandiosos”, afirma.
Ela também avalia o ano de 2025 e projeta o que deseja construir no próximo. “Foi ano lindo, de muitas conquistas, transformação e aprendizado. Para 2026, quero muito colocar a turnê de “Fragmentos” na estrada. Quero ver esse projeto alcançando cada vez mais pessoas e, ao mesmo tempo, continuar equilibrando minha vida pessoal e familiar, aproveitando cada momento com a Brunna e a Zuri. É um ano de expandir minha música e também de celebrar a vida que construí”, finaliza.
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